30 de dezembro de 2008

FALA ABERTA: DAIANE DE SOUZA


O Ano Novo chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-lo. O Ano Velho está findando, deixando grandes marcas e boas lembranças e dessas conquistas e vitórias que nós criaturas começamos a preparar a vida para o Ano Novo que está para chegar.


Seja bem-vindo, Ano Novo que antes distante, agora tão perto. Que depois do branco, da alegria e dos fogos, esperamos que as vozes novas dos pássaros que começam a ensaiar suas linda e tradicionais canções cantem e distribua alegria e paz para toda a nação. Que as amendoeiras inaugurem suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.


Neste Ano Novo, esperamos que seja diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, a alegria de nascer, no espírito das flores e que o mundo mágico floresça em cada um. Que possamos acreditar mais em nossos objetivos e sonhos e que não desistamos dele um segundo. Pois é certo que o Ano Novo vem. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas de sua perpetuação.


Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão o Ano Novo que desejarem, no momento que quiserem, independentes desse ritmo, desta ordem, deste movimento. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terá nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.


Enquanto há Ano Novo, este Ano Novo natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos e que lentamente estão sendo tecidos novos

sentimentos. E que os casulos das borboletas que ainda estão enrolados possam se desenrolar em redor do perfume das flores, e que as flores do agreste acordem com suas roupas de chita multicolor.


Tudo isto para brilhar um instante, apenas um instante. Saudemos o Ano Novo, do da vida e efêmero.


...

O ano de 2008 foi um ano de muitas realizações tanto pessoais quanto profissionais. . Foi um ano de várias conquistas para nós da Farinha Seca, onde nosso trabalho ganhou reconhecimento pela Bahia adentro.


Neste ano também a Farinha mudou seus conceitos, suas ações, sua linha de trabalho, onde o diretor atuou e ator dirigiu, e essas mudanças foram um sucesso, pois a peça A MÁQUINA foi – e é – sucesso de público e crítica sendo ainda um espetáculo bastante premiado na Bahia.


Ainda, neste ano decidimos criar o nosso próprio texto, para o nosso mais novo espetáculo, pois desde então só fazíamos espetáculos baseados noutras obras. Então foi a partir daí que começaram os nosso estudos mais aprofundados, nossas leituras, nosso processo de criação onde estamos estudando Pessoa, Machado, Nelson, Plínio, Píglia, Waly etc. Ou seja, 2008 foi uma no de muito trabalho, de muitas alegrias, de muitas conquistas e sobretudo de aprendizado.
Assim, em 2009 espero que o nosso sucesso se multiplique e que possamos crescer mais e realizar os nossos objetivos - que não são pouco [risos], que continuemos nessas união e garra que nos mantêm atém hoje em pé e fazendo o que mais gostamos: TEATRO.


MERDA PARA TODOS NÓS EM 2009!

EVOÉ!

DAIANE DE SOUZA - Atriz

FALA ABERTA: GILDINHA PASSOS




Em 2008 a Farinha me fez transcender medos. Fazer amigos me deu segurança e isso faz superar a cada dia qualquer empecilho que possa existir. Não considero um grupo de teatro mas uma família que vive para o teatro. Quero fazer sempre por onde merecer estar com eles. AMO CARLA, CLEILTON, DAIANE, EDNAEL, VINICIUS, GRAZIELA e o grande pai desta família, ALFREDO JR.

A todos um excelente 2009!

Agradeço a todos os fãs e amigos que nos apóiam a cada dia!!!

E que eu possa melhorar como atriz e pessoa a cada segundo.

FELIZ 2009!
GILDINHA PASSOS - Atriz

FALA ABERTA: ALFREDO JR


Parece que a vida é cheia de obrigações e questionamentos. Não parece não, é cheia mesmo. Você acorda e tem que escovar os dentes. Depois, tomar café e encarar o dia. Logo de primeira vem uma pessoa e questiona as coisas do outro dia. De repente você finalmente percebe que é preciso se auto-questionar, aí a coisa piora mais, porque seus questionamentos se transformam em fomenta o artística. Você viaja por um mundo completamente confuso e cai no imaginário popular (quando se imagina as coisas de outras pessoas para torná-las suas). Agora já foi! A fantasia já virou idéias e as idéias já ditaram as regras: a partir de agora você tem que parar de se questionar e concretizar algo que traduza o seu manifesto para que sirva como experimento de emoções humanas. Assim, abrir-se-ão portas para outros questionamentos. Ufa!!!

Como líder da Farinha Seca tento organizar as emoções dentro de um frasco para depois agitar bastante até que se transforme em um corpo cheio de novas inspirações, assim que nem um círculo: sem início nem fim, preso a muitos questionamentos.

Em 2009, questione suas obrigações e se conseguir viver sem elas, me ensine.

ALFREDO JR - Diretor






AMOR, ENGANOS & TEATRO AMADOR


Hoje, ao chegar em casa e pensando na vida, lembrei-me de como nós, pessoas mortais, somos tão ignorantes e complicados: por qualquer coisinha insignificante fechamos a porta e ficamos mau humorados, esquecemo-nos que em nossas vidas as pessoas passam e nos deixam algo a ser lembrado. E sem entender o porquê, não paramos para analisar o que seria melhor, esquecer tudo e dizer que erramos por agir daquela forma, ou ser ridículo mesmo assim. E continuar com o sentimento de ignorância e, ao mesmo tempo nos perguntar se, na verdade, somos apenas uns sentimentalistas ou uns ignorantes. Creio eu que sejamos um bando de sentimentalistas tentando resolver uma simples coisa, dessa forma seria no tanto um ignorante! Mas respondendo a mim mesmo, achei que seria amor, um sentimento que nem tem explicações e nem quem explique! Porque somente a pessoa que sente se dará essa resposta. No entanto amor é isso mesmo, da mesma forma que entrou sei que não sai. Demora mais um dia ou até mesmo um ano. Ou esteja eu ou a pessoa que sente o mesmo amor que sinto ENGANADOS! Deixarei aqui as minhas palavras junto aos meus sentimentos (embora todos sem resposta).


....


Gente, como é louco o teatro! Que nos transforma em pessoas que nem mesmo a pessoa chega a se conhecer! Eis o teatro de muitas faces e fazes. Porém, nós, atores, temos sempre que estar nos entregando a essa loucura inexplicável que é fazer teatro - e ainda assim teatro amador-, mas o que seria ser amador? Seria não ter um apoio financeiro que os profissionais têm. Mas mesmo assim com diferentes condições, nós amadores nos entregamos da mesma forma ou até mesmo mais que os profissionais (e disso tenho plena certeza!). E fazer teatro em interior é muito mais difícil do que na capital. Sou, na verdade, um forte defensor do teatro amador. Mas pensando em me profissionalizar em breve, claro! Enquanto isso não acontece estarei aqui sempre fazendo meu profissional teatro AMADOR!


EDNAEL MARCOS - Ator

29 de dezembro de 2008

FALA ABERTA: CARLA SOARES



O ano de 2008 foi um ano produtivo e proveitoso neste setor que eu exerço para viver. A Farinha Seca continuou com o grande sucesso de 2007 (A Máquina) além de outros trabalhos no decorrer do ano.

Iniciamos o ano com o nosso projeto anual que é a comemoração do aniversário da Farinha Seca que neste ano comemorou 8 anos de carreira, celebrado com o espetáculo A Máquina, de Adriana Falcão e João Falcão, eu no papel da protagonista Karina ganhei reconhecimento do público local, além do premio de melhor atriz do ano de 2008 pelo Festival Intermunicipal deTeatro Amador da Bahia – troféu Lázaro Ramos, em Mata de São João.

Fiz outros trabalhos juntamente com a Farinha Seca e um deles foi a campanha do “Voto Vendido Consciência Perdida” que apresentamos no interior do município e nos colégios da rede pública da sede inteiramente grátis. Viajamos bastante divertindo gente de todas as idades, animamos até festas infantis... Batalhamos para a junção dos grupos teatrais de nossa cidade sobre tudo nosso diretor Alfredo que não obteve sucesso. O V Festival de Teatro de Euclides da Cunha Projeto casa de Farinha não poderia ter sido melhor, houve as apresentações como de praxe e no ultimo dia (premiação) o temor e a queda dos que se dizem fazer teatro, a premiação foi cancelada por medo ou por vergonha a causa não se sabe de fato. Só o rompimento que se concretizou o que fora magnífico a meu ver.

Já eu, particularmente, iniciei o ano de 2008 com a cabeça cheia de empolgação para tudo, a conclusão do ensino médio, o grêmio estudantil, o teatro e também frustrada com coisas menores que superei. Passei o ano fazendo o que gosto e com as pessoas que amo, conheci milhares delas e tive a grande tristeza de ver um grande amigo partir para iniciar nova vida em outro lugar. Tive meus casos e acasos (nada que me tirasse o sono) e reconheci entre os meus conhecimentos algo de muito forte que mantenho em mim e nele, algo que já estava em meu caminho e eu não movi um dedo para tirá-lo...

Espero que no ano que se inicia, as coisas aconteçam com mais intensidade. Que nós da Farinha Seca sejamos contemplados com o edital Jurema Penna para desenvolver ainda mais nosso trabalho, que é sério.

Quero mais liberdade entre nós do grupo enquanto pensadores e artistas. Por pontos onde necessitar, enfrentar meus fracassos, viver com minha arte, com minha causa mais urgente e desesperada que é o amor, sou mais eu. Encontrar-me, receber mais ao invés de dar.


CARLA SOARES - Atriz

ÀS VEZES



Às vezes me parece que muitos momentos não me são favoráveis, mas às vezes sim, às vezes não! Às vezes tenho medo de algo, às vezes não, às vezes brigo, às vezes acolho, às vezes eu mesmo me pergunto por que às vezes somos tão diferentes uns dos outros. Ai às vezes fico sem respostas. Mas como todos, às vezes não achamos resposta para certas coisas, ficaremos nos perguntando sempre por que às vezes somos diferentes. Isso vai continuar sempre porque somos indecisos, frágeis, amorosos, brigões, chatos e sentimentais. E às vezes temos que deixar os “às vezes” de lado. Ficarei por aqui, mas às vezes voltarei para escrever mais alguns às vezes. É tudo muito doido assim mesmo. E nós somos todos doidinhos! É isso aí!

P. s. Não sou muito bom de pontuação, quer dizer, em outros pontos também.




Ednael Marcos - Ator

28 de dezembro de 2008

FALA ABERTA: VINÍCIUS JOSÉ




As palavras que estarei usando neste texto resumem o que me aconteceu neste ano e neste período: todas elas existiram nesses 365 dias.
Muitas coisas e momentos aconteceram e fizeram dos meus dias únicos. Muito trabalho, realizações, conhecimentos, amizades, felicidades, bebedeiras...
É um ano que tenho muito pra comemorar, principalmente no teatro, onde há uma entrega infinita. Nós que fazemos parte da Farinha Seca agradecemos a todos que apoiaram e acreditaram no nosso esforço, dedicação e trabalho coletivo.
Durante esses 6 anos de teatro (e 3 de Farinha), vejo o quanto “eu” melhorei como ator e pessoa.

A Máquina foi uma das realizações maravilhosas: num período de quase 2 anos de temporada e sucesso de publico, vimos o quanto o amadurecimento e a seriedade que existiram fizeram com que o grupo evoluísse.

Não deixando de falar das viagens, que são registradas com muitas risadas, brigas, estresses e festas. Com A Máquina conseguimos ganhar prêmios consagrados no estado da Bahia. Um deles é o prêmio Lázaro Ramos, prêmio de melhor espetáculo... E nesse ano que está por vir, espero fazer o que mais me deixar feliz...

Um feliz 2009 para todos nós!


Vinícius José
- Ator

FALA ABERTA: EDNAEL MARCOS


Na verdade 2008 foi um ano de muitas conquistas para nós da Farinha Seca: viajamos muito com o espetáculo A MÁQUINA - uma peça de sucesso - chegando a conquistar o prêmio de melhor espetáculo no Fórum Intermunicipal de Teatro Amador, o FITA. Mas também foi um ano de muitas dificuldades para patrocínios, como para todo grupo de teatro do interior! Muitos comerciantes e governantes acham bonitinho, legal... Mas apoiar que é bom nada. Mas continuaremos a fazer teatro mesmo sem apoio. Até porque fazemos por paixão e não por dinheiro, ou outra coisa parecida!

Em 2009 espero que tudo melhore, não só para o teatro euclidense mas para todo o teatro do interior, e espero que esse ano para as artes seja de novidades significativas.Espero como esperamos em 2008 que tudo seja diferente, com muitas conquistas não só para mim, mas para todos os meus companheiros da Cia. E que assim possamos alcançar nossos objetivos! Gostaria de dizer também que além de ser uma coisa muito séria, Teatro também é lazer e por isso gostaria que esse novo governo fizesse mais pelo teatro de Euclides da Cunha.

Reclamações: Gostaria que meus parceiros lembrassem que na Farinha Seca está faltando produção, e que eles me ajudassem mais e deixassem de ser xepas! Abraços para essa galera massa! Bando de estrelas! Saibam de uma coisa: EU FAÇO É ARTE! (risos).


Ednael Marcos - Ator

19 de dezembro de 2008

CRONOLOGIA

2000 – Nasce em Euclides da Cunha, no dia 27 de março, a Companhia Teatral Farinha Seca, no palco do auditório do colégio Educandário Oliveira Brito, dirigida por Alfredo de Lima Silva Junior, que realizou oficinas de teatro para os estudantes daquela escola. No mesmo ano monta a peça O Auto da Compadecida, do dramaturgo paraibano Ariano Suassuna.

2001 - Continua a temporada d’O Auto da Compadecida, viajando pelos vilarejos do Município.

2003 – Interrompe os trabalhos depois da morte do ator Eduardo Cavalcante, que morre afogado. Retorna aos palcos com a montagem Antônio, Meu Santo! comédia inspirada na literatura de cordel, onde quatro beatas, devotas de Sto. Antônio, se reúnem em novenas para pedir ao santo casamenteiro um homem.

2003 – Monta O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, espetáculo que tem curta temporada pelo fracasso de público.

2004 – Ganha os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Figurino, Melhor Ator (Ednael Marcos), Melhor Atriz (Luciene Dias) no I Festival de Teatro de Euclides da Cunha, pelo espetáculo
Antônio, Meu Santo!
2005 - Chega aos palcos da cidade o drama O Santo Aborto, peça baseada no romance O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz. Vence o II Festival de Teatro de Euclides da Cunha, levando para casa os prêmios de Melhor Espetáculo, Melhor Ator (Ednael Marcos), Melhor Atriz (Luciene Dias), Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora. Leva ao público a adaptação de Deus e o Diabo na Terra do Sol, baseado no filme homônimo de Glauber Rocha

2006 – O grupo dissolve-se depois de brigas internas com a Direção. Nasce, depois de os componentes reatarem as relações, a peça infanto-juvenil O Menino e o Louva-a-deus, vencedora do III Festival de Teatro de Euclides da Cunha, cujos prêmios foram para Melhor Ator (Cleilton Silva), Ator Revelação (Vinícius José), Atriz Coadjuvante (Daiane de Souza), Figurino, Trilha Sonora e Direção (Alfredo Jr), Monta Grande Sertão: Veredas, tendo no elenco os atores Carla Soares e Felipe Benevides (Milagre na Baía). Paralelamente, viaja com espetáculos de rua vindos da literatura de cordel: Cordel da Cumade Cocota e O Menino Que Queria Comer Bosta.

2007 – Depois de ser engavetada, surge a montagem A Máquina, com um projeto independente intitulado Pano de Boca, sob a direção do ator Cleilton Silva.

2008 – É convidada pela ONG Associação dos Filhos e Amigos da Cidade de Euclides da Cunha (FACE), para a montagem do espetáculo Voto Vendido, Consciência Perdida com teatro de mambembe. Participa, em outubro, do V Festival Intermunicipal de Teatro Amador (FITA) em Mata de São João, Bahia, recebendo 6 indicações, ganha 3 troféus do Prêmio Lázaro Ramos de Melhor Espetáculo (A Máquina), Melhor Atriz (Carla Soares) e Melhor Atriz Coadjuvante (Gildinha Passos).