19 de fevereiro de 2009

Farinha pouca, meu pirão primeiro

Determinar regras dentro de um grupo de teatro amador é sempre um quebra-cabeças, onde cada peça se encaixa de acordo com sua forma e necessidade – o que não é legal.
E necessariamente por isso, eu me sinto como um lavrador carregando nas costa um fardo de mandioca, a caminho dos vários processos de transformação, até que vire FARINHA SECA.

Por esse motivo, eu pergunto:
- Quanto vale o show?


UM PIT STOP PARA A FOLIA


A Farinha Seca comunica que entrará em recesso de Carnaval e retornará na Quarta-feira de Cinzas (25/02).

Aguarde + novidades e boa festa, ou bom descanso.


Alfredo Jr

12 de fevereiro de 2009

Sem censura


Estou aqui, a serviço do tempo da cidade de Quijingue, especificamente na Escola Waldir Magalhães, aguardando o bendito tempo passar, na esperança de que , daqui a alguns minutos, colocar o teatro deste Município em um tempo novo – espero que melhor. A Secretária de Educação, responsável também pela Cultura, cordialmente sempre me recebe cheia de boas intenções. Não comigo mas com a arte, o que melhor ainda. Mas infelizmente num mundo de hierarquias, temos que esperar que rufem os tambores para a 1ª dama nos atender. Aí fico louco, pois começo a pensar em Glória (personagem do nosso novo espetáculo), preocupado, pois não consigo entrar no fio de nylon que liga a sua personalidade às suas falas, dentro do 1º ato do texto. Acho que vai bem mais além do que já temos. Aí eu penso, falo, escrevo, falo, penso e falo, falo, falo e sem ufa. Enfim, as palavras tomam conta de mim por inteiro. Falo com o corpo, com os olhos, com o toque. Até com minha pátria língua. Então vamos a ela:


- Cleilton, devagar com o andor que o santo é de barro.
- Daiane, salve a Somália.
- Vinícius, vamos reverenciar o meio termo das coisas.
- Grazy, estude, mas não esqueça que se aprende muito com a vida.
- Gildinha, ame mais.
- Nael, salve Xangô!
- Carla, comece a morrer em um dia pra nascer em outro.
- Eu que aprenda a respeitar as diferenças.
- E assim todos aprendamos a conviver com os fulanos da Cultura.


LEMBRETES TÉCNICOS

- Sábado tem reunião com o elenco no meu trabalho, às 19h. Falaremos sobre:

· Planejamento março/abril;
· Disciplina teatral;
· Tesouraria;
· Agenda;


Já estava esquecendo... Encontrei Os Saltimbancos de Quijingue e o encontro com 1ª dama ficou pra sábado pela manhã.


Até mais,
- Velho!


ALFREDO JR

5 de fevereiro de 2009

15 RAPIDINHAS

[01] A internet já foi.
[02] Resolveu ir junto com os festejos de Iemanjá.
[03] Sábado estaremos em Terra Branca.
[04] Um povoado de Quijingue.
[05] Que fica na Bahia nostra.
[06] Terminamos o primeiro ato.
[07] Da peça sem título.
[08] E segunda-feira que vem.
[09] Teremos uma oficina sonora.
[10] Sem inscrições abertas, okay?
[11] Aqui tem muito sol.
[12] E a internet tomou um chá de sumiço.
[13] Tchau e bênção.
[14] Que o tempo é curto.
[15] Axé e bom final de semana!

2 de fevereiro de 2009

Filhos de Janaína


No dia em que você nasceu uma grande luz branca invadiu o seu pequeno mundo. Ela representava o surgimento de um universo de cores. E, por predestinação, sua cabeça foi acolhida por uma deusa que representava todas as emoções vividas por você dentro daquele mundo pequeno. Eram mãos leves e sábias, que o envolviam e o protegiam para apresentar-lhe a sua nova história. Postar um texto em um blog onde o raciocínio é predominante e de extrema importância poderia ser fácil – e é. Mas falar da mesma forma de uma que é a maior representação dele, aí fica muito difícil! Afinal, a rainha do mar também é dona do Ori (cabeça). É ela que dá vida a tudo o que se pensa e, dessa forma, a tudo que se cria. A bênção, minha mãe, e mãe do meu pai. Que tanto nos defendeu e sempre nos ensinou que a maior força do homem é o amor. A benção, minha mãe. Que com esse amor nos mostrou que a sabedoria se adquiri com o tempo. A bênção, minha mãe. Que nos momento mais quentes e difíceis nos tranqüiliza com suas águas, com um cafuné de paciência e experiência. Odoyá, Iemanjá. Mãe das mães. Quem criou Ogum e Oxossi, Omolu com suas chagas e, como toda mãe de amor, não percebeu as travessuras de seu filho Exu. Mas que acima de tudo soube transformá-los em grandes homens, orixás guias da minha cabeça. Assim como uma lágrima de angústia desceu do seu seio e se transformou em mar, fez de nós, seus filhos, cada parte destas imensas águas. Agô, Mamãe. A bênção, Odoyá!


MITOLOGIA

Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou: era Exu, seu filho que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de sua mãe Exu saudou-a e comentou: “Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei igual à sua. O que eu quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei pra lhe possuir, pois é única coisa que me falta fazer nesse mundo". Sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não podia admitir jamais aquilo. Bravamente resistiu às investidas do filho, que na luta dilacerou os seio da mãe. Caída no chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, derramou dos seu seio dilacerado água salgada que, como lágrima, foi saindo, dando origem aos mares. Iemanjá procurou entender a atitude do filho, pois ela é mãe de verdade e considerada não só a mãe de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.


Alfredo Jr.