27 de janeiro de 2009

MUNDO GIRA, POMBA-GIRA


Se você acha que toda puta é triste é porque você ainda não conheceu Cristiane (nome fictício),
uma mulher cuja boca te impulsiona a beijá-la
umas tetas que te sufoca de orgasmo,
uma bunda que te come por inteiro,
um jeito de falar que seduz a todos que estão próximos.
Ah! Cristiane! Ela sabe usar de todos os principais artifícios para seduzir e até abduzir pessoas. Engraçado como o seu sorriso é cínico – mas eu gosto. E como sua energia é “putificada”. Uma grande mulher que sabe a hora e o lugar de fazer tudo. Uma mulher que não te come a seco, mas com um molho especial, o qual só ela sabe o segredo para preparar. Enfim, ela é uma mulher das que eu mais admiro, porque seu perfil é de uma verdadeira POMBA-GIRA. Aruê, Exu!

ALFREDO JR - Diretor

Foto: autor desconhecido pelo Google.

24 de janeiro de 2009

Alta noite


Diante do texto Memórias de uma puta triste de Cleilton Silva, tive a necessidade mais uma vez de postar aqui. A última quarta (21) fora maravilhosa e indescritível. Saí de minha casa as 17h30 em direção à casa de Alfredo, depois fui à rádio às 20h com Cleilton, Vinicius e Nael... Sendo que os meninos foram para suas respectivas residências, exceto eu, Alfredo e Cleilton, que fomos em direção à praça e ficamos no MEC TRIO. Depois de algumas bebidas, já ríamos de tudo, sobretudo eu. Uma excitação tomava conta do meu corpo como se obtivesse a necessidade de estar naquela noite compartilhando de absolutamente tudo, da praça quase vazia, do céu negro, do calor quase que enlouquecedor. Saímos do local em direção ao “Pau Miúdo” (Risos). Depois de entrar em becos e sair deles, encontramos um lugar em meio à noite escura e tão alegre que se iniciara as 21h daquele dia. Já se passara da meia-noite e nós sucumbíamos de tanto prazer de viver cada pedacinho daquela noite. Entramos numa casa visivelmente familiar e era - por que não? - família formada com pai e mãe e filhas e filhas.

Poliana e Gelma (Jamile) como gostava de ser chamada, filhas da noite, da dor, do sexo da amplitude da carne. Com decepções amorosas e mentiras para aliviá-las. Entrevistamos esta última, mulher com aparência seca e triste que se maquia todas as noites para disfarçar a dor de ter perdido a mãe com infecções nos rins, o sumiço do irmão ou o amor pelo único pai de verdade...

Ela escreve o que sente ou o que vê para passar a noite quando não se trabalha em quartos envoltos de solidão, ela não acredita no amor (mentira, penso) perguntamos tantas coisas e em minhas observações sensatas e bêbadas. Creio que aquela dura mulher que se sentou à nossa mesa com um caderno cheio de letras de sonhos ou realidades não queria conversar a não ser poder “viver”. Ela foi para o balcão, serviu uns clientes que lá chegaram e tirou fotos exuberantes com uma forçação de barra para si mesma; disfarçou mais uma noite a dor de não se pertencer, de não governar-se e celebrou com cerveja. Mas na dela, sem mostrar ser da noite e disfarçando ser dela.

Fomos embora (Eu, Alfredo e Cleilton) às 3h da manhã de carona e riamos eletrificadamente, aceleradamente, bêbados de tudo, de todos. E tínhamos/ temos em mente a certeza e a conclusão mais do que nunca de um novo tema, de uma nova vida para o teatro...
Esperemos para o gozo final, ou melhor, esperemos o parto.


CARLA SOARES - Atriz


Foto: autor desconhecido.

23 de janeiro de 2009

25 RAPIDINHAS

[01] A pálpebra bem cansada.
[02] Café, café.
[03] Para suportar as 16 mãos.
[04] Que escrevem, bagunçam, apertam.
[05] 16 mãos apertam demais.
[06] Pois é.
[07] São 16 mãos para fazer a nova peça.
[08] Da Farinha.
[09] Fizemos muita coisa.
[10] As personagens começam a falar.
[11] Nascem convulsas, atabalhoadas.
[12] Todas elas misturadas aos nossos.
[13] Segredos.
[14] Cada um quer colocar o dedo no angu.
[15] Muito riso.
[16] Faltou o cigarro.
[17] Mas o calor esteve presente.
[18] As personagens já podem ser chamadas.
[19] Todas possuem nomes.
[20] Cores.
[21] Lilás, verde, vermelho.
[22] Heterogêneas.
[23] O caminho é longo.
[24] E a faca amolada.
[25] Boa noite, bom final de semana e amém.

Homens do cais


Ontem subimos a Serra da Santa Cruz. Acredito que ficamos a uns 1000 e poucos metros acima do nível do MAR. Mar este que aparece em todos os momentos da história, e que por sua vez, é tratado como um dos vilões da família DRUMMOND. E subimos para fazer a segunda mostra de personagens de SENHORA DOS AFOGADOS,E foi uma coisa muito interessante. Eu, no meu caso, subiria para defender uma cafetina (DONA).Mas na verdade achei melhor não defendê-la. Essa foi minha decisão,não foi por ser machista que não sou e nem quero ser ,ou porque minha masculinidade seja bem definida... Apenas pelo fato de eu me identificar com a personagem MISAEL. E, assim do nada acabei fazendo um simples Vendedor de pentes, grampos e bijuterias. E fiquei muito encantado com a personagem, até mesmo por ser tão simples e importante na história. Alfredo Jr (Diretor) tinha levado consigo uns tecidos que se transformaram em figurino para aquele simples vendedor ou mascate. Um homem de segredos e revelações que serão fundamentais para todos os mistérios e segredos de toda aquela família.


EDNAEL MARCOS - Ator
Foto: da fotógrafa paulista Nath Silva.

A carne


Não encontro palavras para descrever o tão majestoso espetáculo que sucumbia o meu ser e vislumbrava os meus olhos perante mares, dores, agonia e o majestoso amor...

Ah! Senhora dos Afogados. Afogadas por muitos contratempos, brigas, raivas, por muitos esforços (de alguns, como sempre falam) e de desencontros por outros (principalmente essa que vos escreve) e que se afoga em verdade e entristece. Hoje percebo o quão grande és.

Ah!Moema, tão singela Moema, que sua carne fatal a desnuda diante do destino, carne que odeia a morte, e então treme sua beleza.

Paulo, d. Eduarda e Vendedor de Pentes... Seres de carne sem defesa, carne da cova, nua em face do destino....
O sol na planície, como leão de anca ferida,
crispando como este homem (Vendedor de Pentes)
que medita na morte.
Enchendo a minha alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar...
Todos morreram, menos as mãos...


DAIANE DE SOUZA - Atriz

Foto: autor desconhecido.

34 RAPIDINHAS

[01] Pronto e ufa!
[02] A Senhora dos Afogados subiu a Serra da Santa Cruz.
[03] Mesmo com a falta de Gildinha e Grazy.
[04] Mas fomos.
[05] Lyvres.
[06] Leves.
[07] Loucos.
[09] Envoltos pela fumaça do fumo Saci.
[10] E o cheiro do alecrim.
[11] Sem sol, com sol.
[12] Os 3 km íngremes de subida.
[13] Moema, Eduarda, Paulo e o Vendedor de Pentes.
[16] Inventaram o mar profético e invisível.
[17] Alfredo tomou as nossas bolsas.
[18] E fotografou o mar.
[19] Hoje teremos uma reunião.
[20] Para continuar a feitura do texto.
[21] Ainda não tem título.
[22] Enquanto ele não sai as mostras.
[21] Irão tomar conta da cidade.
[22] A partir de março.
[23] A primeira é.
[24] Senhora dos Afogados.
[25] Drama do 3º Ato.
[26] E mais, mais, mais.
[27] Pega fogo!
[28] Que é preciso muita força.
[29] Muita força!
[30] Até.
[31] Axé & amém.
[32] Com a bênção de Ogum.
[33] E a graça de Oxum.
[34] Tchau.

A chave dos afogados

Como é bom ser os olhos de Deus. Ainda mais na observância de uma senhora afogada. Hoje, mais uma vez a arte me vislumbrou e me transportou a um universo onde palavras e imagens harmoniosamente fizeram de mim um admirador bobo. Ah! Moema, como eu gostaria de afogá-la em meu mar, onde os corpos livres bóiam sobre o meu imaginário metafórico. Hoje sim, depois de alguns dias, algumas horas e de muitos minutos de tanta procura percebi e encontrei A CHAVE dos afogados.

ALFREDO JR – Diretor
Foto: da norte-americana Francesca Woodman.