2 de março de 2009

DEPOIS DO FIM


Depois de um final de semana cheio de bebida alcoólica e de ilusão amorosa, além de minha ida-volta de Belém na qual não me agrada a ida, mas somente a volta, hoje, domingo (28) fui para a reunião que não houve na casa de Alfredo. Lá deitei na cama e chorei frustrantemente. Não sei o que há comigo.

Se há coisa nesta vida que viva e por-para-sobre-em-no TEATRO, esta sou eu; e nem ele está me reerguendo. Escuto falas de todos os cantos e isso alivia. Eu preciso mesmo é me escutar e, sobretudo a minha racionalidade, por numa escala coisas importantes na qual eu poderia morrer se de fato não as tivesse e passar para último lugar até “esquecer” aquilo que só me faz mal. Digo, caro leitor, que estou fazendo Licenciatura em História e tenho Senhora dos Afogados aí já em cima, além das oficinas e outras coisas. Eu não tenho tempo por que ele é dedicado a sentir dores. Enfim, depois de tomar todas as bebidas de todos os bares na quinta-feira em Belém além da sexta, obviamente, sábado também desta vez aqui em minha terra Cumbense. Resolvi como ele costuma falar “por a cabeça finalmente no lugar” e em primeiro lugar vem meu amor próprio, vem a Farinha Seca, vem a Faculdade e quem aparecer para me fazer feliz (risos).

Ontem me perguntaram ao sair da festa de aniversário de Rynaldo: “Por que você é sempre a primeira a sair?” e eu respondi: “por que nunca mais a Carla foi para algum lugar, essa aqui não é a Carla que todos conhecem. Portanto trate de nem olhar direito, é porque eu vou trazê-la de volta”.

Então, caro leitor, minha prioridade sou eu e neste eu está minha arte que não me decepciona, e meus amigos que estão comigo sempre. Farei isso por nós. Um só corpo. Num só espaço e tempo...

Continua...

Carla Soares

19 de fevereiro de 2009

Farinha pouca, meu pirão primeiro

Determinar regras dentro de um grupo de teatro amador é sempre um quebra-cabeças, onde cada peça se encaixa de acordo com sua forma e necessidade – o que não é legal.
E necessariamente por isso, eu me sinto como um lavrador carregando nas costa um fardo de mandioca, a caminho dos vários processos de transformação, até que vire FARINHA SECA.

Por esse motivo, eu pergunto:
- Quanto vale o show?


UM PIT STOP PARA A FOLIA


A Farinha Seca comunica que entrará em recesso de Carnaval e retornará na Quarta-feira de Cinzas (25/02).

Aguarde + novidades e boa festa, ou bom descanso.


Alfredo Jr

12 de fevereiro de 2009

Sem censura


Estou aqui, a serviço do tempo da cidade de Quijingue, especificamente na Escola Waldir Magalhães, aguardando o bendito tempo passar, na esperança de que , daqui a alguns minutos, colocar o teatro deste Município em um tempo novo – espero que melhor. A Secretária de Educação, responsável também pela Cultura, cordialmente sempre me recebe cheia de boas intenções. Não comigo mas com a arte, o que melhor ainda. Mas infelizmente num mundo de hierarquias, temos que esperar que rufem os tambores para a 1ª dama nos atender. Aí fico louco, pois começo a pensar em Glória (personagem do nosso novo espetáculo), preocupado, pois não consigo entrar no fio de nylon que liga a sua personalidade às suas falas, dentro do 1º ato do texto. Acho que vai bem mais além do que já temos. Aí eu penso, falo, escrevo, falo, penso e falo, falo, falo e sem ufa. Enfim, as palavras tomam conta de mim por inteiro. Falo com o corpo, com os olhos, com o toque. Até com minha pátria língua. Então vamos a ela:


- Cleilton, devagar com o andor que o santo é de barro.
- Daiane, salve a Somália.
- Vinícius, vamos reverenciar o meio termo das coisas.
- Grazy, estude, mas não esqueça que se aprende muito com a vida.
- Gildinha, ame mais.
- Nael, salve Xangô!
- Carla, comece a morrer em um dia pra nascer em outro.
- Eu que aprenda a respeitar as diferenças.
- E assim todos aprendamos a conviver com os fulanos da Cultura.


LEMBRETES TÉCNICOS

- Sábado tem reunião com o elenco no meu trabalho, às 19h. Falaremos sobre:

· Planejamento março/abril;
· Disciplina teatral;
· Tesouraria;
· Agenda;


Já estava esquecendo... Encontrei Os Saltimbancos de Quijingue e o encontro com 1ª dama ficou pra sábado pela manhã.


Até mais,
- Velho!


ALFREDO JR

5 de fevereiro de 2009

15 RAPIDINHAS

[01] A internet já foi.
[02] Resolveu ir junto com os festejos de Iemanjá.
[03] Sábado estaremos em Terra Branca.
[04] Um povoado de Quijingue.
[05] Que fica na Bahia nostra.
[06] Terminamos o primeiro ato.
[07] Da peça sem título.
[08] E segunda-feira que vem.
[09] Teremos uma oficina sonora.
[10] Sem inscrições abertas, okay?
[11] Aqui tem muito sol.
[12] E a internet tomou um chá de sumiço.
[13] Tchau e bênção.
[14] Que o tempo é curto.
[15] Axé e bom final de semana!

2 de fevereiro de 2009

Filhos de Janaína


No dia em que você nasceu uma grande luz branca invadiu o seu pequeno mundo. Ela representava o surgimento de um universo de cores. E, por predestinação, sua cabeça foi acolhida por uma deusa que representava todas as emoções vividas por você dentro daquele mundo pequeno. Eram mãos leves e sábias, que o envolviam e o protegiam para apresentar-lhe a sua nova história. Postar um texto em um blog onde o raciocínio é predominante e de extrema importância poderia ser fácil – e é. Mas falar da mesma forma de uma que é a maior representação dele, aí fica muito difícil! Afinal, a rainha do mar também é dona do Ori (cabeça). É ela que dá vida a tudo o que se pensa e, dessa forma, a tudo que se cria. A bênção, minha mãe, e mãe do meu pai. Que tanto nos defendeu e sempre nos ensinou que a maior força do homem é o amor. A benção, minha mãe. Que com esse amor nos mostrou que a sabedoria se adquiri com o tempo. A bênção, minha mãe. Que nos momento mais quentes e difíceis nos tranqüiliza com suas águas, com um cafuné de paciência e experiência. Odoyá, Iemanjá. Mãe das mães. Quem criou Ogum e Oxossi, Omolu com suas chagas e, como toda mãe de amor, não percebeu as travessuras de seu filho Exu. Mas que acima de tudo soube transformá-los em grandes homens, orixás guias da minha cabeça. Assim como uma lágrima de angústia desceu do seu seio e se transformou em mar, fez de nós, seus filhos, cada parte destas imensas águas. Agô, Mamãe. A bênção, Odoyá!


MITOLOGIA

Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou: era Exu, seu filho que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de sua mãe Exu saudou-a e comentou: “Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei igual à sua. O que eu quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei pra lhe possuir, pois é única coisa que me falta fazer nesse mundo". Sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não podia admitir jamais aquilo. Bravamente resistiu às investidas do filho, que na luta dilacerou os seio da mãe. Caída no chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, derramou dos seu seio dilacerado água salgada que, como lágrima, foi saindo, dando origem aos mares. Iemanjá procurou entender a atitude do filho, pois ela é mãe de verdade e considerada não só a mãe de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.


Alfredo Jr.

27 de janeiro de 2009

MUNDO GIRA, POMBA-GIRA


Se você acha que toda puta é triste é porque você ainda não conheceu Cristiane (nome fictício),
uma mulher cuja boca te impulsiona a beijá-la
umas tetas que te sufoca de orgasmo,
uma bunda que te come por inteiro,
um jeito de falar que seduz a todos que estão próximos.
Ah! Cristiane! Ela sabe usar de todos os principais artifícios para seduzir e até abduzir pessoas. Engraçado como o seu sorriso é cínico – mas eu gosto. E como sua energia é “putificada”. Uma grande mulher que sabe a hora e o lugar de fazer tudo. Uma mulher que não te come a seco, mas com um molho especial, o qual só ela sabe o segredo para preparar. Enfim, ela é uma mulher das que eu mais admiro, porque seu perfil é de uma verdadeira POMBA-GIRA. Aruê, Exu!

ALFREDO JR - Diretor

Foto: autor desconhecido pelo Google.

24 de janeiro de 2009

Alta noite


Diante do texto Memórias de uma puta triste de Cleilton Silva, tive a necessidade mais uma vez de postar aqui. A última quarta (21) fora maravilhosa e indescritível. Saí de minha casa as 17h30 em direção à casa de Alfredo, depois fui à rádio às 20h com Cleilton, Vinicius e Nael... Sendo que os meninos foram para suas respectivas residências, exceto eu, Alfredo e Cleilton, que fomos em direção à praça e ficamos no MEC TRIO. Depois de algumas bebidas, já ríamos de tudo, sobretudo eu. Uma excitação tomava conta do meu corpo como se obtivesse a necessidade de estar naquela noite compartilhando de absolutamente tudo, da praça quase vazia, do céu negro, do calor quase que enlouquecedor. Saímos do local em direção ao “Pau Miúdo” (Risos). Depois de entrar em becos e sair deles, encontramos um lugar em meio à noite escura e tão alegre que se iniciara as 21h daquele dia. Já se passara da meia-noite e nós sucumbíamos de tanto prazer de viver cada pedacinho daquela noite. Entramos numa casa visivelmente familiar e era - por que não? - família formada com pai e mãe e filhas e filhas.

Poliana e Gelma (Jamile) como gostava de ser chamada, filhas da noite, da dor, do sexo da amplitude da carne. Com decepções amorosas e mentiras para aliviá-las. Entrevistamos esta última, mulher com aparência seca e triste que se maquia todas as noites para disfarçar a dor de ter perdido a mãe com infecções nos rins, o sumiço do irmão ou o amor pelo único pai de verdade...

Ela escreve o que sente ou o que vê para passar a noite quando não se trabalha em quartos envoltos de solidão, ela não acredita no amor (mentira, penso) perguntamos tantas coisas e em minhas observações sensatas e bêbadas. Creio que aquela dura mulher que se sentou à nossa mesa com um caderno cheio de letras de sonhos ou realidades não queria conversar a não ser poder “viver”. Ela foi para o balcão, serviu uns clientes que lá chegaram e tirou fotos exuberantes com uma forçação de barra para si mesma; disfarçou mais uma noite a dor de não se pertencer, de não governar-se e celebrou com cerveja. Mas na dela, sem mostrar ser da noite e disfarçando ser dela.

Fomos embora (Eu, Alfredo e Cleilton) às 3h da manhã de carona e riamos eletrificadamente, aceleradamente, bêbados de tudo, de todos. E tínhamos/ temos em mente a certeza e a conclusão mais do que nunca de um novo tema, de uma nova vida para o teatro...
Esperemos para o gozo final, ou melhor, esperemos o parto.


CARLA SOARES - Atriz


Foto: autor desconhecido.