2 de fevereiro de 2009

Filhos de Janaína


No dia em que você nasceu uma grande luz branca invadiu o seu pequeno mundo. Ela representava o surgimento de um universo de cores. E, por predestinação, sua cabeça foi acolhida por uma deusa que representava todas as emoções vividas por você dentro daquele mundo pequeno. Eram mãos leves e sábias, que o envolviam e o protegiam para apresentar-lhe a sua nova história. Postar um texto em um blog onde o raciocínio é predominante e de extrema importância poderia ser fácil – e é. Mas falar da mesma forma de uma que é a maior representação dele, aí fica muito difícil! Afinal, a rainha do mar também é dona do Ori (cabeça). É ela que dá vida a tudo o que se pensa e, dessa forma, a tudo que se cria. A bênção, minha mãe, e mãe do meu pai. Que tanto nos defendeu e sempre nos ensinou que a maior força do homem é o amor. A benção, minha mãe. Que com esse amor nos mostrou que a sabedoria se adquiri com o tempo. A bênção, minha mãe. Que nos momento mais quentes e difíceis nos tranqüiliza com suas águas, com um cafuné de paciência e experiência. Odoyá, Iemanjá. Mãe das mães. Quem criou Ogum e Oxossi, Omolu com suas chagas e, como toda mãe de amor, não percebeu as travessuras de seu filho Exu. Mas que acima de tudo soube transformá-los em grandes homens, orixás guias da minha cabeça. Assim como uma lágrima de angústia desceu do seu seio e se transformou em mar, fez de nós, seus filhos, cada parte destas imensas águas. Agô, Mamãe. A bênção, Odoyá!


MITOLOGIA

Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou: era Exu, seu filho que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de sua mãe Exu saudou-a e comentou: “Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei igual à sua. O que eu quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei pra lhe possuir, pois é única coisa que me falta fazer nesse mundo". Sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não podia admitir jamais aquilo. Bravamente resistiu às investidas do filho, que na luta dilacerou os seio da mãe. Caída no chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, derramou dos seu seio dilacerado água salgada que, como lágrima, foi saindo, dando origem aos mares. Iemanjá procurou entender a atitude do filho, pois ela é mãe de verdade e considerada não só a mãe de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.


Alfredo Jr.

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