17 de janeiro de 2009

SENHORA DOS AFOGADOS


Você já se afogou nas próprias mágoas?
Talvez consiga um dia, e as travas?
Trancou bem as portas da sua casa?
Cuidado! Alguém pode arrombá-las
Sem o devido cuidado.
Toc-Toc!
Quem é?
Não conheço alguém que responda
A essa pergunta,
Nem você se conhece.
Permitiu-se envelhecer cedo
E deixar se afogar no próprio medo?
Medo de deitar num caminho
Cheio de espinhos,
Não conhecer o destino
Deste caminho,
Subir a montanha e vê-la do alto
O quão longe você pode ir
Chegar, erguer-se, o vento bater
E te levar
O seu ser a afogar-se em agonias passageiras
Ou alegrias duradouras,
Sofrimentos diários com triunfos momentâneos
Um afogado me segredou: não
É que ele não foi forte para resistir
Ao afogamento, o ato de ser
Herói, levou para baixo a sua capacidade
De não buscar a vida.
Senhora dos Afogados, base para
Quem deve conhecer os segredos do mar.

GILDINHA PASSOS - Atriz

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